12/27/2009

Dream #5

No vento me trouxes-te a felicidade e num simples cubo de gelo tudo me foi tirado.
Cláudia Rodrigues

11/17/2009

Dream #4

Vou sentir a saudade dos abraços, vou sentir a saudade do simples carinho, vou sentir a saudade do gesto único, vou sentir a saudade dos sorrisos, vou sentir a saudade da gargalhada, vou sentir a saudade dos laches, vou sentir a saudade das noites bem passadas, vou sentir a saudade das tardes de inverno enrolados nos cobertores a ver filmes, vou sentir a saudade do mais puro olhar, vou sentir a saudade das idas às compras, vou sentir a saudade de ti, do teu ser único.
Para mim, sempre foste especial, e tu sabes bem disso! Sabes bem que nunca te vou esquecer e que comigo podes sempre contar para tudo. Sabes bem, que estarei sempre presente, mesmo não estando contigo.
Foste tudo para mim, e vais continuar a ser grande parte.
Embora o sentimento sentido não seja o mesmo, apenas espero que não deixes de sentir carinho por mim e que não faças com que deixe de fazer parte da tua vida.
Pensa um momento em mim e deixa-me ser tua amiga. Um momento, apenas te peço!
Cláudia Rodrigues

Dream #3

Não existe um conceito definido de vida.
O poeta, designa de uma, o Filósofo de outra, o Escritor de outra e até um empregado de mesa tem outro.
Todos temos um conceito diferente de vida, para uns é tudo, para outros nem tudo é.
Para mim, a vida é um mar de memórias e recordações passadas, de vivências do presente ou de sonhos futuros.
É algo que todos nós temos, sejando portas ou pedintes.
Sonhamos todos os dias com algo, desejamos esse algo com todas as forças que temos, recordamos todos os dias coisas passadas, vivemos todos os dias de forma diferente ou até de forma igual.
No Mundo todos nós vivemos, seres racionais e irracionais.
Com rotina ou não, vivemos.
Quando era criança pensava que a vida era um conte de fadas, que pertencia a um arco-íris, que a minha felicidade era para sempre, infinita.
Sorria todos os dias de minha vida e não parava de sorrir.
Agore sei bem o que é sofrer e chorar.
Mas a vida é mesmo assim, péssimos, maus, bons e óptimos momentos.
Apenas vivo e quero viver com toda a felicidade.

Cláudia Rodrigues

11/06/2009

Dream #2



És avó, és mãe, és a vida.
Desde que nasci que tu me amas-te, como se eu fosse a tua filha, criaste-me e educaste-me.
Foste a minha segunda mãe, sempre! Estives-te lá quando sempre precisei, ajudaste-me em tudo, bons, maus, péssimos momentos, tu lá estavas.
Era doente e tu tratavas de mim, queria uma coisa e tu davas-me, ou seja, estragavas-me.
Adorava ir para o teu quintal brincar em cima daquela simples mesa de pedra, sempre que te perguntava quando ias arranjar a cozinha velha, tu respondias-me “para o próximo mês, filha” e até hoje ela está tal igual. As mesmas panelas, as mesmas flores, o mesmo tanque naquela casa tão pequenina.
Nem sabes como adorava ir para o sótão, prestes a cair, como tu dizias, brincar com aquela boneca de pano que tu tanto guardavas com carinho.
Levavas-me a lanchar ao café, eu comia sempre uma delícia de chocolate.
Quando eu queria levavas-me o lanche ao colégio, eras a única que o fazias, e ainda o fazes quando vais a minha casa.
Nos dias de hoje já cresci, já aprendi muito contigo, mas continuas a mesma. A dar raspanetes quando preciso, a educar-me a acariciar-me quando preciso de mimos, a ter saudades minhas e a abraçar-me!
Sempre que posso, lá estou eu a visitar-te e nem que seja só para me dizeres que estás bem, preciso mesmo de te ouvir dizer “Estou bem, Lipa”.
E agora eu prometo-te, que posso ter 30 anos e ainda vou estar na tua casa a visitar-te.
Amo-te, Vó <3


Cláudia Rodrigues

10/28/2009

Dream #1

Numa manhã triste e cinzenta apercebi-me de que algo não estava bem.
Sentia um ‘’nó na barriga’’, enjoos, calor, tonturas. Tudo o que se pode sentir de mau.
Descobri que tinha um ser dentro de mim.Não tinha coragem para enfrentar tal problema, para assumir tal responsabilidade.
Apenas pensava na dor da minha mãe, no desgosto que esta iria sentir e na sua tristeza.
Muitos dias eu passei sem durmir, muitos dias eu passei a chorar, dias de pura tristeza, em que a minha melhor amiga era a almofada.
Apenas me restavam as visões do futuro. As decisões a tomar, se tinha a criança ou se abortava.
Toda a gente estranhava a minha atitude, eu não falava, não comia e apenas engordava.
Sentia-me a pior pessoa do Mundo.
Precisava de me decidir e o tempo sempre a passar.
Um dia tomei a decisão de falar com a minha mãe, mesmo sabendo perfeitamente a forma como iria reagir ao assunto, pois ía ficar destroçada. Ia sentir-se culpada devido ao modo da minha educação (mesmo sabendo que não tinha culpa nenhuma).
Contei-lhe e ela nem obteve reacção. Paralisou no canto da sala que estava.
Pedi-lhe para que não contasse a ninguém e simplesmente reagiu com uma lágrima do canto do olho, apenas de desilusão.
Chorei também de vergonha, abraçei-a com toda a “força do Mundo” e pedi-lhe ajuda.
Fui ao médico para me aconcelhar. Quando este me viu paralisou e disse “Uma criança tão linda, apenas de 14 anos, com uma carinha de menina e vens aqui (...)”, suspirou e eu nem respondi.
Todos me olhavam de canto, como se fosse uma criminosa.
Sofria todos os dias, sozinha, e sofria ainda mais ao ver a minha mãe naquele estado.
Depois de tantas noites mal passadas, de dias seguidos a chorar, falei com a minha mãe devido à decisão tomada.
Decidi abortar, e ela nem se opôs, até me recordo de suas palavras “Apoio-te como sempre te apoiarei em decisões como estas”.
Foi sugerida uma cirurgia na Póvoa-de-Varzim.
Fui, cheia de medo e ansiosa ao mesmo tempo para tirar aquele ser, ainda por se formar, dentro de mim.
Agora penso que já podia ter uma criança nos braços, para que me apoiasse quando precisa-se, a cuidar dela e a dar-lhe o carinho necessário.
Hoje choro pela decisão tomada, mais tarde certamente vou sorrir e pensar que afinal não estava preparada para tal reponsabilidade.

Cláudia Rodrigues